Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades — esta frase ficou famosa no mundo quando um personagem dos quadrinhos a falou. Tal citação é também muito pertinente quando falamos sobre a tecnologia de informação.
Empresas de qualquer porte sempre tentaram conhecer melhor seus clientes e suas preferências. Com o desenvolvimento da tecnologia, este poder ficou facilmente disponível.
Rapidamente, porém, descobriu-se que grande quantidade de informações não significa qualidade. Pelo contrário, quanto maior o banco de dados, mais difícil é a tomada de decisão. Isso acontece porque nosso cérebro é incapaz de processar, simultaneamente, tantos valores dependentes entre si.
Basta lembrar que identificamos facilmente nosso maior cliente, porém não temos certeza de qual deles é o mais lucrativo, uma vez que é necessária uma série de outros dados e cálculos complexos — a combinação de informações disponíveis é infinita, porém apenas algumas centenas são de fato relevantes para a tomada de decisões.
No artigo de hoje, falaremos sobre ERP, BI e como a integração dos dois sistemas pode otimizar o seu negócio. Confira!
Business Intelligence e ERP
Um grande avanço aconteceu quando o conceito de Enterprise Resource Planning (ERP) — ou, em português, planejamento dos recursos das empresas — firmou-se nos empreendimentos. Cada departamento teve seus dados inter-relacionados, segundo os critérios naturais de necessidade.
Contas a pagar, contas a receber, vendas, produção, estoque e outros setores, tiveram seus números integrados, passando a gerar relatórios quantitativos consistentes. Quem usa um bom sistema de ERP tem uma avalanche de informações que descrevem o presente e o passado de cada departamento e da empresa como um todo.
O sistema ERP possibilita uma análise poderosa de toda a rotina de atividades da companhia. Assim, decisões que envolvam compras de insumos e manutenção dos estoques são tomadas com o conhecimento de causa adquirido após a leitura de relatórios atualizados dos dados da empresa, evitando compras supérfluas e desperdício dos recursos.
O desenvolvimento tecnológico das últimas décadas só cresceu a massa de dados e, consequentemente, aumentou a dificuldade na tomada de decisões estratégicas. Esta necessidade criou o conceito de Business Intelligence (BI), uma série de softwares que foram desenvolvidos para auxiliar a análise de dados e estatísticas, fornecendo inteligência para o negócio.
O BI realiza várias operações fundamentais ao criar, modificar e distribuir informações relevantes para a companhia, explorando os dados em si, as relações entre eles e ainda definindo as tendências por meio de metodologias relevantes para tirar conclusões. Esse processo pode impulsionar o crescimento da receita e melhorar a eficiência operacional dentro da organização.
Gerentes e executivos ganharam uma grande ferramenta no auxílio à tomada de decisões. O “achismo” foi substituído por fatos concretos e mensuráveis. As soluções de BI tornaram-se obrigatórias nas mais diversas companhias do mundo, sejam elas médias empresas ou até mesmo gigantes multinacionais.
Um grande exemplo prático de uso do BI é o jornalismo mundial — que necessita de análise rápida e otimizada de uma grande quantidade de dados de diferentes fontes. O BI, ainda, é um alicerce para múltiplos tipos de análises, como:
- risco;
- giro de estoque;
- tráfego na rede;
- detecção de fraudes.
Nesse sentido, cada vez mais as ferramentas de BI estão sendo atreladas a diversas iniciativas de tecnologia da informação, não só o ERP, mas também o CRM, por exemplo.
A integração dos dados e resultados trazidos de outros sistemas de informação, como um Customer Relationship Management (CRM), um ERP e até mesmo de planilhas Excel, tornou a geração de relatórios uma atividade obsoleta.
A vertiginosa dinâmica das realidades do mercado demanda respostas rápidas e personalizadas. Cada executivo precisa poder escolher a qualidade e profundidade da análise dos sistemas, sem perder performance e agilidade.
Vantagens da integração
O gerenciamento dos processos da organização pode ser otimizado com a parceria ERP BI, já que essas tecnologias possibilitam o monitoramento automático das atividades. A monitoria vai fornecer análise, interpretação e ajustes à rotina empresarial, fazendo com que a instituição se destaque em meio à concorrência.
A integração vai promover uma identificação mais precisa das falhas e lacunas nos processos. Assim, com o foco na correção de deficiências, a tendência é o aumento nos lucros e redução nos gastos gerais da companhia.
A integração ERP BI melhora significativamente o processo de tomada de decisões, pois une a capacidade de gerenciamento de dados (especialidade do ERP) à precisão analítica do BI. Mais especificamente, essa ligação fornece os seguintes benefícios:
- permite o monitoramento das atividades a até a oscilação do fluxo de caixa das empresas em tempo real;
- facilita a cooperação entre os variados setores da companhia;
- reduz ativamente o tempo necessário para gerar relatórios regulares;
- aumenta a rentabilidade por meio de análise de dados de transação;
- realiza a previsão de tendências de negócios;
- possibilita à equipe financeira criar relatórios de receita rapidamente;
- melhora a relação com os clientes por meio da análise de dados;
- compartilha informações com o departamento de vendas, permitindo uma visão macro dos negócios.
Cada setor pode definir suas prioridades para determinados momentos, mas com a comunicação com os outros departamentos facilitada pela integração dos sistemas. Um exemplo prático: se antes era preciso conferir extensos relatórios para levar às reuniões, a dupla ERP BI possibilita que os gestores agora acompanhem os assuntos prioritários em tempo real, na tela do computador.
Os procedimentos de auditoria interna também são beneficiados com a conexão dos dois serviços, pois será bem mais fácil disponibilizar e conferir os dados gerais de cobrança, gerenciamento de estoque, controle das finanças, entre outros, e tudo em tempo real.
Código aberto
Desde os anos 80, o professor Ralph Kimball estuda e defende as boas características de um sistema de análise de dados. A prática comprovou o que estes estudos que diziam sobre as palavras de ordem no universo do Business Intelligence — elas são simplicidade e flexibilidade.
Os softwares com código fechado estão perdendo espaço para o Open Source. Vender os direitos de utilização de um programa perdeu espaço para a locação, assessoria e customização de produtos com código aberto.
O Pentaho é uma ferramenta que representa muito bem essa tendência do Business Intelligence. A implantação, consultoria e treinamento, garantem a flexibilidade de utilização e estudo de caso a caso. Essa ferramenta oferece uma gama completa de recursos de BI, incluindo relatórios, análises, painéis, mineração de dados e integração de dados.
Este modelo de negócio é altamente interessante por abrigar, em paralelo, uma consultoria sobre estrutura de TI necessária para um bom funcionamento de todos os sistemas integrados. Uma das fontes de busca e coleta de dados deste programa é o ERP da empresa, se ela o possuir.
Como foi possível perceber no post, a conclusão é que ambos os sistemas desempenham funções diferentes entre si e podem conviver de forma independente — e a parceria entre os dois sistemas é ideal para otimizar os processos empresariais. Ambos são importantes e úteis, principalmente quando trabalham em conjunto. A relação entre ERP e BI é próxima e desejável.
Seja qual for o porte da sua empresa, é fortemente recomendável que você considere implantar uma junção ERP BI — existem soluções adequadas para qualquer tamanho de empreendimento. Cada executivo tomador de decisões ganhará um enorme poder sobre um negócio que já é de sua responsabilidade.
Gostou do nosso artigo e quer saber mais sobre tecnologia? Então, aproveite a visita e leia agora mesmo o nosso post sobre os Vs do Big Data!
Materia muito interessante
Obrigada pelo artigo 🙂 Acho que eu tenho uma equipe que pode obter cada sucesso 🙂 Mas sem kanbantool.com, nao conseguimos arranjar e controlar todas tarefas. Ferramentas digitais podem ajudar bastante – tal como manager ou teamledaer, mas mais suave 🙂 Eu planejo o dia do trabalho com kanban e todas tarefas sao cumpridas. Eu sei que nao cada um gosta trabalhar assim, mas comigo funciona 🙂
Parabéns por trazer a CRISP-DM de volta ao tablado. O “produtocentrismo” que assola o mercardo de BI pressiona os players a comprar o último brinquedo, a seguir a última moda, quando quase tudo que tem algum uso prático já existe há décadas – como o CRISP-DM
Seria legal um artigo um artigo comparando-o com SEMMA. Pode ser muito interessante para quem entrou na área há menos de 20 anos.
Gostaria de entender se a utilização da Big data nas empresas gera algum tipo de desvantagem nas pessoas que lá trabalham ?
Sobre o comentário do João Kechichian, concordo em relação às empresas não terem claro o que querem, e concordo com o Leandro sobre a abordagem de “Qual o seu problema” para dar as sugestões.
Mas vale ressaltar que as empresas não conseguem identificar o que querem por não terem claro um Planejamento Estratégico e objetivos bem descritos. Isso facilita muito perceber quais indicadores serão necessários acompanhar para atingir os resultados esperados.
Bom dia,
Há muita diferença das versões do livro The Data Warehouse Toolkit?
Vejo que ele esta na 3 edição.
Posso comprar apenas a 3 ou devo comprar todas?
Oi Marcos!
Há algumas atualizações com conceitos mais atuais. Não precisa comprar todas as edições não, apenas a 3a já cobre tudo que precisa.
Sim e não. A maior diferença é entre a primeira edição e as restantes. Da segunda edição em diante, quando a Margy Ross assumiu o livro, é tudo mais ou menos o mesmo.
A primeira edição, que por acaso chegou a ser publicada em português, é a melhor, na minha opinião. Ela é mais concreta, menor e mais focada. Se conseguir achá-la, compre. Vale ouro.
eu precisava para compor você uma pouco de note ajudar diga obrigado again com o extraordinário conselhos você compartilhado nesta página . Foi certamente maravilhosamente generoso com você dando abertamente tudo o que muitas pessoas {poderiam ter | poderiam possivelmente ter | poderiam ter | teriam | distribuído para um ebook para gerar alguma massa para eles mesmos , especialmente considerando que you poderia ter tried it se você nunca desejado . Those estratégias também agido como outras pessoas tenha semelhante desire como my own entender bom negócio mais relacionado este assunto . Eu tenho certeza há alguns mais agradáveis ocasiões ahead para pessoas que ver seu site
[…] de BI — Business Intelligence ou, traduzindo, Inteligência Empresarial — é justamente o diferencial que uma empresa precisa para tratar dados gerados por vários meios. Veja alguns contextos que podem servir de […]
[…] para aumentar seu lucro ou diminuir seus custos operacionais. Esse é o conceito básico de Business Intelligence utilizado como diferencial […]
Olá Leandro.
Acredito que o potencial da área de Business Intelligence dentro das empresas pode ser maior do que se imagina hoje.
Trabalho com consultoria de B.I. para agencias e empresas, e enfrentamos diariamente dois grandes problemas.
1- Padronização dos dados: Como utilizamos muitas fontes de dados, todo o processo, desde o que a implementação, até a parte operacional, precisa ser muito bem estruturada. Sem o padrão das informações perde-se muito tempo com “correção”, sendo que “tempo” não é o que temos para identificar um padrão, pois no dia seguinte ele pode mudar se não o tratarmos.
2- Pessoas que não sabem o que querem: Corporações não sabem o que querem, logo querem tudo. O problema é que sabemos que não tudo não é necessário, se consegue identificar padrões e otimizações com metade do volume. Sendo assim o processo de otimização passa a ser inteligente para ser operacional.
O futuro da área esta encaminhando para segmentações e clusterizações dinâmicas para analise de Big Data, mas se o processo de todos envolvidos precisa ser muito bem desenhado e a área de B.I. precisa ter este knowhow também.
Obrigado e muito bom seus artigos.
Oi João, obrigado pelo seu comentário! Concordo com você!
Realmente, a padronização dos dados é o ponto mais sensível mesmo. Aqui estimamos em torno de 60% a 70% do tempo em um projeto de BI apenas para esta parte.
Sobre as pessoas não saberem o que querem, aqui vemos como uma certa vantagem. Muitas vezes não é nem exatamente não saber o que querem, mas não saberem o que é possível fazer. Com isso, parte do nosso trabalho aqui é exatamente entender do que o cliente sofre aí então sugerir algumas coisas. Tentamos não ir para uma abordagem de “o que você quer” mas sim de “quais são seus problemas”.
Isso me deu até a ideia de criar um post focado nisso, vou deixar anotado para o futuro!
Existe uma técnica chamada Árvore de Realidade Presente, da Teoria das Restrições, que lida justamente com essa barafunda de problemas e entendimentos. Eu experimentei a mesma frustração que você, João, e decidi resolver esse problema. A imagem https://geekbi.files.wordpress.com/2020/10/bi_toc-crt-x.png é um resumo do que eu tenho até agora.
Adoraria uma contribuição. “O cliente não sabe o que quer” já está lá. “Dados são sujos” e “Dados são bagunçados” me parecem boas adições.
O que você acha? E você, Leandro?